Ontem 27 de agosto de 2009, assisti via internet, ao vivo e a cores, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar, pelo placar de 5 votos a 4, a denúncia feita pelo Procurador Geral da República contra ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e atual deputado federal pelo PT/SP. A acusação era de comandar a operação ilegal de quebra o sigilo bancário do caseiro Francenildo. A operação visava desacreditar o depoimento do caseiro, que havia feito na CPI dos bingos. No depoimento o caseiro confirmou que o então Ministro de Estado freqüentava sim a mansão conhecida como “República de Ribeirão Preto” em companhia de prostitutas de luxo e de pessoas e ou lobistas ligadas a ele da época em que foi prefeito Ribeirão Preto.
Bom estes fatos foram amplamente divulgados e não representam novidade para ninguém, no entanto gostaria de comentar algumas bizarrices que percebi durante a transmissão da audiência e no comportamento singular dos ilustres Magistrados que compõem nossa suprema corte o Supremo Tribunal Federal (STF), bem vamos a elas:
1- Notei que durante as argumentações dos Exmo. Ministros, seus nomes não foram indicados na parte inferior do vídeo, como é de praxe em qualquer transmissão televisiva. Então como identificar quem votou como? Nas emissoras comerciais esta prática é tão difundida que até personalidades como Pelé tem seu nome gerado no rodapé da tela.
Pergunto: Haveria algum motivo para ocultar os nomes dos Ministros?
2- Tive muita dificuldade de compreender as falas de alguns dos Exmo. Ministros, e não estou me referindo ao conteúdo e sim a forma, dá impressão que estão falando para não serem entendidos.
Um deles fala para dentro, praticamente não abre a boca para falar. Outro com inúmeros sestros, gira repetidamente a cabeça em todas as direções enquanto fala menos em direção ao microfone. Outro é tão sucinto nas colocações que não dá tempo de registrar como ele votou. Há ainda um que fala tanto, tanto que ao final de sua explanação, só quem conseguiu ficar acordado saberá como foi o seu voto. E por ultimo há aquele que começa argumentando favoravelmente a causa, descrevendo favoravelmente os fatos, mas na conclusão diz “Apesar do exposto NÃO me convenci” e vota contrariamente a toda sua argumentação. Vai entender! Será que são estratégias para confundir o entendimento das decisões proferidas?
3- Agora sim vamos tratar do conteúdo. Dá impressão de estarmos assistindo a competição de quem fala mais difícil, isso devido à enxurrada de palavras, que apesar de corretíssimas e serem amplamente utilizados pelos cultíssimos ministros, infelizmente não fazem parte do vocabulário da população. Tão elevado nível cultural, inviabiliza a compreensão das argumentações, e joga por terra a principal finalidade da transmissão das atividades da Suprema Corte que é a de informar e educar a população. Devo registrar que, aparentemente, alguns dos Ministros já se deram conta deste fato e sabiamente, sem abrir mão da utilizar seus raríssimos verbetes, os utilizam em paridade com outros mais compreensíveis ao cidadão comum. Parabéns!
A conclusão é que não é fácil acompanhar uma decisão do STF, pois você não tem como saber quem está votando, não consegue escutar o que está sendo falado, não compreende o conteúdo das falas e finalmente não entende como pode uma denuncia com tantas provas não ser aceita.
Ora o conceito é simples, tudo aquilo que veio antes do voto é só para justificar os enormes salários, pois o que vale de verdade são os conceitos abaixo:
a- Ministro de Estado é Ministro de Estado e Caseiro é Caseiro!
b- Amigões de Lula são Amigões de Lula e Os Outros são Os Outros!
c- Elite é Elite e Povão é Povão!
Gostaria de ver se fosse ao contrário um cidadão comum, tido pela elite como de segunda classe, tivesse divulgado o extrato bancário de um dos amigões do Lula. Tenho certeza de que já estaria condenado e preso.
Como diria um carioca “Tá tudo dominado!”.
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